"[...] Só que com o tempo foi surgindo um clamor, porque de toda forma ali é um espaço sagrado, né? Embora tenham comércios em volta, tem a questão das feirinhas com produtos artesanais, tranquilo, mas não deixou de ser um espaço sagrado. Então já havia um clamor, do próprio povo, não de forma massiva, mas tinha um certo clamor de se voltar a celebrar lá. Até pelas almas dos escravos que tanto sofreram pra construir essa igreja lá. E até num determinado momento, o próprio bispo de Anápolis, Dom João, ele acabou mencionando isso, que seria edificante voltar, então nós estabelecemos uma vez ao mês, uma segunda-feira, nós voltarmos a celebrar as missas lá. Então antes da pandemia uma segunda por mês celebrávamos a missa, o próprio povo ali, daquela região próximo ao coreto, se responsabilizou de montar a estrutura pra missa, bem simples, né? Mas antes da pandemia estavam tendo as missas lá." (Padre Augusto, em 27/11/2021).
Acontece lá no Coreto, semanalmente, uma missa.
Conforme o pároco responsável pela Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, Padre Augusto, a Missa do Coreto surgiu após o clamor de alguns pirenopolinos: para muitos, em razão do passado, o lugar ainda é sagrado.
A missa acontece mensalmente e é realizada, até o momento, na segunda segunda-feira de cada mês, às 19h.
A liturgia é a mesma das demais missas que acontecem na cidade, mas o preparo anterior é singular: os moradores das proximidades lavam o lugar e levam imagens de Nossa Senhora do Rosário para a celebração da missa, realizada em um altar improvisado.
Ao final, há uma aspersão com água benta nas pessoas e no espaço.
Anteriormente à pandemia causada pela COVID-19, também havia no Coreto a reza de terço em homenagem à Nossa Senhora do Rosário.
Essa manifestação foi motivada pela antiga existência da Capela de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos no Local.
"Quando começou, a gente rezava lá toda quinta-feira, juntava as velhinhas daqui, às vezes tinha turista passando, se era devoto Nossa Senhora ia e rezava também e é o seguinte, aquele lugar era uma igreja e sendo uma igreja é um lugar que ainda é santo, sagrado, tá? [...] A gente resolveu rezar o terço ali, porque ali era a igreja. Sabe, encasquetei? E aí eu chegava e lavava [...] agora quando voltar vai ser a gente mesmo a lavar. Eu tava até pensando, “nossa, a gente lavar o Coreto, né?” que é uma honra, porque é um lugar sagrado, então não é um problema. Muitas das velhinhas que rezavam com a gente já se foi [...] e não sei quem mais de novo vai aparecer, né? Mas quando a gente puder reiniciar o terço, ainda não estou sentindo não, vamos ver com a missa, como é que fica…sabe?" (Regina Sylvia, em 28/11/2021).
FOTOGRAFIA DA MISSA DO CORETO
Marcos Vinicius Ribeiro dos Santos (2022)
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Produto desenvolvido em razão de pesquisa de Mestrado Profissional pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP), ofertado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) - promep.ueg.br
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